Estância velha graúda, de tantos, foste cruzada
Sem ter porteira cadeada e nunca negaste um pouso
Com vários tipos de toso, várias marcas e tropilhas
Onde apeia e desencilha até o mais perigoso
Estância grande de tantos que, sem saber, são teu' dono'
Atirada ao abandono, criando amone e macega
Faz pastoreio, não nega, faça seca ou tenha geada
Dos pobres, é a invernada que larga e, pra sorte, entrega
Corredor, estância grande
Que é minha, é tua e é nossa
Sem imposto ou documento
Sem placa, igual à carroça
Lindeira com outras tantas
Que usufruto de quem possa
Estância onde tem de tudo, cerros, várzeas e coxilhas
E a sombra das coronilhas é o galpão da peonada
Estância de boa aguada, faz cerca, às vez', em pedaço
Onde a mangueira é um laço junto a uma cincha apertada
Sem patrão, sem empregado, sem sede, luxo ou riqueza
Somente a mãe natureza que mantém pasto plantado
O campo sempre plantado, dando renda a tantos pobres
Que passam catando os cobres, tropeando, criando gado
Corredor, estância grande
Que é minha, é tua e é nossa
Sem imposto ou documento
Sem placa, igual à carroça
Lindeira com outras tantas
Que usufruto de quem possa