Garoto nascido em barraco de zinco
Do morro sem água de barro batido
Que veste farrapo de roupa emprestada
Que come alimento de feira acabada
Garoto que pega rabeira de bonde
Que corre, se esconde do homem fardado
Garoto que dorme sonhando pecado
E ler a cartilha do homem marcado
Garoto que furta o comando da fome
Que atende por Zé, por Tião, qualquer nome
Garoto promessa de bamba no duro
Garoto manchete de crime futuro
Bem outro seria seu negro destino
Que o morro onde vive tivesse outro norte
Enquanto és criança, garoto, menino
Enquanto é possível mudar sua sorte