São linhas no papel, contam
Estrelas no céu, falam das vergas
Do chão
São coisas de alma adentro
Vertendo sentimento, direto do
Coração
Assim meu verso é feito, vai
Saindo cá do peito, parece querer
Viver
Pra cantar campo e cidade, pelas
Raias da verdade, bem sabe o que
Quer dizer
Meu verso também mora na roseta
Das esporas, refletindo sol e lua
Mesmo verso que aquece o
Gaúcho que adormece pela frieza
Das ruas
Assim é que o verso andeja todo o
Universo que é urbano e é rural
E faz um bom abrigo nas palavras
De um amigo, por sincero e por
Leal!
Meu verso mora no arreio, não
Refuga tempo feio, segue
Aguentando o repuxo
Pra cantar sem falsidade, um
Manifesto à liberdade, na voz
Do povo gaúcho!
Já morou pelas barrancas
Revolveu areias brancas, águas
De rio e de março
Hoje mora nas retinas da minha
Gente sulina, quer não cansa de
Sonhar!
Se o verso habita um sonho, cada
Rima que componho vai buscando
Seu espaço
Pra depois pegar carona no
Acorde, um novo passo
Assim é que segue adiante, feito
Vento em levante, soprando a
Esperança
Sem exata dimensão, tem a força
Da canção, em cada nota que
Alcança!
A cada aurora, meu acorda
Lá fora, bem junto ao canto dos
Galos
Bem ao mesmo tempo, acorda
Peão de apartamento, que sequer
Anda a cavalo
E são várias paisagens, mas
Somente uma mensagem, no
Verso que se expande
Sem sotaque nem fronteira, só
Respeita uma bandeira com brasão
Do meu rio grande!