"me dêem licença senhores
Pra expressar meus sentimentos
Frente aos acontecimentos
Que estão a me afligir
A tempos venho notando
Tudo que andam falando
Mas hoje, a hoje vou me insurgir"
Será que só quem se pilcha
É que conhece o floreio
Só quem laça no rodeio
É que honra as tradições
Quem não falar em cavalo
Não pode ser um campeiro
Deixa de ser missioneiro
Quem não cantar as missões
Repartir o rio grande
É insanidade pura
Um estado onde a cultura
É rica por todo lado
Índios, lusos, espanhóis
Mestiços ou italianos
Podemos dizer que somos
Um povo privilegiado
Mas tchê, que barbaridade
Se tem lugar pra todos
Não briguemos entre nós
Estenda a mão a um amigo
Abrace forte um parceiro
Seja urbano ou campeiro
Não faça dele um algoz
O que dizer para os filhos
Que vão seguir nossos passos
Que a arte foi água abaixo
Por sermos ignorantes
Porque levar isso adiante
Se deus nos legou o dom
De cantar com o coração
Com alma e paz no semblante
De outra banda parceiro
Que no povo se arranchou
Respeite por quem optou
Pelo canto de raiz
Aplaude e peça bis ao que
De bombacha e bota
Mesmo no fundo da grota
Também busca ser feliz
Mas tchê, que barbaridade
Se tem lugar pra todos
Não briguemos entre nós
Estenda a mão a um amigo
Abrace forte um parceiro
Seja urbano ou campeiro
Não faça dele um algoz