(Nhô Pai aproveitou a melodia de Boi Amarelinho
de Raul Torres e substituiu o boizinho por um franguinho)
Eu sou aquele franguinho
Que nasceu no mês de agosto
Desde que nasci no mundo
Foi só pra passá desgosto
Logo fizero o batismo
Lá na bêra do paió
Por causa da minha cor
Eu fui chamado Carijó
Quando eu tava de dois mêis
Já me dero intendimento
Que eu ia tomá parte
Na festa de um casamento
A muié que me criava
Era uma marvada intaliana
Me tratava com pulenta
E com casca de banana
Me tratava com pulenta
Só fazendo por bonito
Eu piquei no calo dela
Ela berrô igual um cabrito
Ela já virô e me disse
Você véve hoje só
Casório da minha fia
É aminhã, seu Carijó!
Tava no arto de um toco
E avistei uma mulata
Vinha com a espiga de mio
E um cachorro vira-lata
Era a nossa cozinheira
Que já vinha me buscá
E o marvado cachorrinho
Que vinha pra me pegá
Adeus, meu pulero véio
Terra dos verde capim
Os óio que me vê hoje
Podem dispidir di mim
Eu cheguei lá na cozinha
Com grande dor no coração
Vi um tacho de água quente
Bem na trempa do fogão
A marvadinha da noiva
Só pensava na comida
Deu sinár pra cozinheira
Pra acabar com a minha vida
Inda fiz uma promessa
Nessa hora de geriza
Se essa noiva me comê
Ela há de ficá sem camisa
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)