Nóis saímo de viage
Imbarquemo pro estrangero
Pra mostrá lá nas Oropa
Nossa graça de violero
Nóis cantemo na Espanha
Lá na terra dos torero
Lá nóis fumo bem tratado
Comemo muito buchero
Namorei uma espanhola
Na cidade de Sevilha
O pai dela me pegô
Me namorando com a fia
Me falô, te meto a mano
Yo te rompo na furquia
Te pico bem picadito
Com ocê faço morsilla
Dei o fora na galega
Imbarquemo pro Japão
Aquela gente parece
Que sofre de amarelão
Eles come com o pauzinho
Não usa comê feijão
Ele só me preguntava
Qué aloiz com camalão?
Depois fumo pra Alamanha
Cantemo pros alamão
Um home falô pra nóis
Vancêis dois são mermo bão
Já chamô a sordadesca
E formo um bataião
E me disse, ocêis me serve
Só pra bucha de canhão
Na Itália nóis pusemo
Nossa vida no seguro
No Scala de Milão
Nóis cantemo atrás do muro
Sapequemo a Traviata
Foi um trecho mermo duro
O maestro que era o Verdi
De réiva fico maduro
Da Itália nóis fugimo
E fumo pra Portugár
Nóis cantemo quatro dia
Na terra do seu Cabrár
O sucesso foi tão grande
É mió nóis nem falar
Dero passage de graça
Só pra morde nóis vortár
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)