Um homem diz pr'a outro homem
Que aquilo que tem já sabe a pouco
E a gravata aperta a garganta
E um olhar de louco
E há outro que vem com uma bengala
E entra na sala
Bate no chão
E sai-lhe da mão
Um ódio rouco
O Diabo pergunta
"O que queres tu comer? "
E ele responde
"Quero Poder e tudo que houver para além de ti
E são muitos que querem, que sabem
Quem eu sou aqui. "
E com isto desapareceu
No fumo
Não tenho tempo a perder
Eu sou o Poder
Eu sou o Poder
Eu sou o Poder
Eu sou o Poder
Um homem diz pr'a outro homem
"Eu vou ser original! "
E tudo o que escreve
Como o que diz vem no jornal
"Esta cidade enquanto se esconde
Enquanto não morde, enquanto que dorme
É um leão sem cabeça
É um sítio banal! "
O Diabo volta a perguntar
"Que queres tu mais
Que posso dar pr'a te saciar"
"Talvez o deserto
Talvez o universo
E se eu fosse perverso
Talvez o medo que há no ar"
Não tenho tempo a perder
Eu sou o Poder
Eu sou o Poder
Eu sou o Poder
Eu sou o Poder