Se um dia
O chão te disser
Que os teus passos
Penetram as sombras
Da sorte,
E os néons
Crepitam palavras
Em vãos de escada
Onde fintas a morte,
[Então] mil carros atravessam a tua vida
E a tua alma, que é de luz,
Foge das mãos,
Esconde-se em “Nãos”
Que o teu preço seduz.
É tempo de fechares os olhos
É tempo de pensares em ti
É tempo de fechares os olhos
É tempo de pensares em ti
E cada dia é um dia a mais para o céu
E para ti é sempre
Tarde demais
Tarde demais...
Tarde demais
Tarde demais...
Se uma noite
O fim te chegar
Na calada de um beijo
Tardio,
E os faróis
De um carro de prata
Te perderem na mata
Ou na bruma do cio,
Vais querer voltar ao princípio
Mas afinal só se nasce uma vez
E essa vez morreu.
E depois é tudo assim,
Um pouco louco,
Distante, constante
Essa dor, essa cor,
Que a vida te deu.
É tempo de fechares os olhos
É tempo de pensares em ti
É tempo de fechares os olhos
É tempo de pensares em ti
E cada dia é um dia a mais para o céu
E para ti é sempre
Tarde demais
Tarde demais...
Tarde demais
Tarde demais...
É cedo demais…