Vibra a luz da mensagem
Não acende contigo
Do bom fica a miragem
Do mau fica o castigo
Tatuo amor a carvão
Domestico leões
Mas nunca há razão
Pra medirmos razões
Fui bandido sem arma
Fui vilão com trovões
E eu fiz da luta o meu karma
Vendi peixe aos sermões
Fui Maomé sem montanha
Mente pouco erudita
Como é que ainda me estranha?
Eu ser o mau da fita, e
Acordem-me quando for pra cantar
Que eu este jogo, eu não sei jogar
Levas a taça não sei do que
Morremos na praça
E eu nem sei bem porquê
Há um baque na porta
É o vento às partidas
Vou cuidando da horta
Enquanto lambo as feridas
Calça cinza manchada
Define o desvaidoso
Dei medalhas de nada
A um ciclo vicioso
Fui ladrão só de fama
Mas tu foste também
E agora nesta cama
Já não vive ninguém
Dois sultões sem turbante
A caça do defeito
Nada é como dantes
Mas sou eu o imperfeito
Acordem-me quando for pra cantar
Que eu este jogo, eu não sei jogar
Levas a taça não sei do que
Morremos na praça
Eu nem sei bem porquê
Fomos menos que o tempo
E o tempo já foi pouco
Apostamos em tanto
E esse tanto foi louco
Nunca pus as cortinas
Nem plantamos camélias
Dos planos ruínas
Das ruínas, amélias
Fui bombista sem bomba
Medo era o meu delito
Diz que a pachorra tomba
E aflige o aflito
Fui ouvinte sem mágoa
Tu quadro sem parede
Se a paciência fosse água
Bem que morria a sede
Acordem-me quando for pra cantar
Porque este jogo, eu não sei jogar
Levas a taça não sei do que
Morremos na praça
E eu nem sei bem porquê
Levas a taça não sei do que
Morremos na praça
E eu nem sei bem porquê