E lá vou eu
A seca, um deserto, sol ardente
Sanfona no compasso do repente
Simbora que hoje vamos prosear
Outra vez romancear
Lá vou eu
Na luz que alumia meu sertão
Rabeca encontra o som do acordeom
Sou eu vivendo um sonho das arábias
Vi camelo no agreste, sultão cabra da peste
São 1001 noites de histórias ao luar
Romance de cavalaria
Um cangaceiro de turbante e gibão
Que vai além da imaginação
Em devoção vou seguir em romaria
Sempre guiado pelos caminhos da fé
Diz Maomé: Salamaleico!
Pedindo a bênção na Meca do meu padroeiro
O sal da terra é o deserto desse mar
Povo valente, alma de guerreiro
O beduíno segue os passos do vaqueiro
É o oásis que enfeitiça o nosso olhar
Vem ver o sol do Saara invadindo o nordeste
O barro rachado no chão do agreste
Forró, xaxado, baião... Inshalá!
Tem pandeiro e camanjá, rastapé a noite inteira
De mãos dadas na avenida pra selar a união
E, na Mesquita de Padre Miguel, Mustafá e Lampião
Ê, Boi Vermelho! Chegou pra guerrear
Meu Boi Vermelho, a vitória vem de Alá!
A nossa escola não deve nada a ninguém
Respeita o povo da Vila Vintém!