Traços no compasso do infinito
Magia das cores ao som de tambores
Matizes se encontram na encruzilhada
A vida se cria, floresce nossa morada
Despontam os galhos no chão do Ayê
Toque de Olodumarê
Quando oxossi gira em terra, é flecha de guerra
Alastra o fogo que entrelaça no trovão
Gira yaô ao cantar da bela oxum
Na imensidão do mar, meu verde beija o azul
Ele é obá da curimba feiticeira
Risca ponto no alujá, risca vida na madeira
Que dá um nó emanando sentimentos
Na palha tem orixá, é talha, assentamento
No couro mãos de sangue de Ogã
Padê pro santo, Atotô Xapanã
Ê erê na beira do Rio vermelho
Curumim deu gargalhada
Tem benjoim, água de cheiro
Na arte emoldurada
Império, resistência a cor da noite
O mestre-sala que nunca teme açoite
E quando tingem verde e branco na avenida
É cortejo de vitória, desce o Morro da Formiga
Filho do axé, protegido de oxalá
Sou império da tijuca, você tem que respeitar
Nessa aquarela desenhei meu pavilhão
Nada apaga nossa história, é noite de coroação