A vida de um casal é uma escada
Que não se acaba nunca de subir
Degrau após degrau, longa escalada
E o medo permanente de cair
O casamento é vento que não para
Às vezes brisa leve e pouca mágoa
Às vezes tempestade em copo dágua
Que a gente não consegue resistir
Pra conjugar o conjugal
Do verbo amar o essencial
Está na primeira pessoa do plural
Aval incondicional
E a adesão quase total
De uma pessoa a outra pessoa no final
Para seguir a vida a dois
Ou três ou quatro pessoinhas
Que virão depois no verbo procriar
A vida de um casal
Escada que não para de subir
Degrau após degrau
E nunca vai chegar ao céu
Que o céu já não tem mais lugar
Pra mais nenhum mortal
O céu real nós vamos construindo aqui no chão
Porção de sofrimento, tijolo, cimento e cal
A laje do bem, no lamaçal do mal