Antes que acabem as flores
e a lua prá sempre adormeça
Antes que o verde da praça
se torne em fumaça e o povo se esqueça
que ainda existe poesia
na voz do vento que passa
levando o som da seresta
com o céu todo em festa
através da vidraça
Antes que o pó do asfalto,
o orvalho, a brisa destrua
e o nosso querido realejo
entoe o seu último canto na rua...
Antes que o som da buzina
cale o meu violão
quero em alguma janela
fazer passarela da minha canção.