Quando eu fiz a vez primeira serenata em seu jardim
eu roubei de uma roseira uma rosa para mim,
que guardei dentro do bojo do sonoro violão
pois, não pude abrir o estojo do meu próprio
coração...
Fiz da rosa os meus cuidados com tão grande devoção
dei-lhe versos bem traçados na harmonia da canção.
Revelei-lhe os meus segredos, meus anseios, minha dor
mas, confesso, tive medo de falar do meu amor...
Mas, o tempo foi passando tão depressa que eu nem vi,
pois, vivia só cantando, e, ao cantar, não percebi
que enquanto eu a embalava nos meus sonhos de rapaz
uma pétala murchava e não voltava nunca mais...
Outro dia distraído eu passei pelo jardim
encontrei-me tão perdido e a chorar cantei assim :
"-Só lembrança resta agora, até a roseira já secou
minha rosa foi embora... Mas, a canção ficou...