Aqui estou
Sem medo da opressão
O meu tom de pele te dá aversão
É claro que eu já fui proibido
Pois tu não me aceitavas retinto!
A terra que marca a canela, irmão!
É luta dos deuses, a abolição
Sou estrela que reluz no firmamento
Fulgurante na bandeira de uma vida imortal
Fiz um rolo compressor com feitiço encarnado
Meu celeiro é do povo que foi marginalizado
Esse monstro não vai me assustar
Tua face é inimiga, chega!
Se a manchete estampar
Mais um caso isolado, a torcida vai gritar: Chega! Chega!
Esse monstro não vai me calar
Não vai não!
O teu crime me castiga
Chega! Não dá mais pra perdoar
Se macaco me chamar
Fogo nos racistas!
Arquibancada unida
Rivais com bandeiras de paz
O dom que te força a vibrar por mim
Driblando o destino, um sonho se faz
Rei com a bola no pé
Rainha que encanta a Leopoldina
É flecha certeira na intolerância
Real negritude a enfrentar
Denunciar essa tamanha ignorância
Coragem de virar o jogo
Sigo a te observar
A luta não pode parar!
Tem que respeitar a cor da bandeira
Minha paixão é manifesto popular
Sou Imperatriz de punho cerrado
Nascido pra ser coroado!