Deu meia noite o galo já cantou
Sua banda lhe chamou pra esquina da avenida
Nesse cortejo todo povo vai passar
Se não vem com a Maricá se entenda com rei da lira
Rosa vermelha na tronqueira do ilê
Catiço bom, protetor da entrada
Ponto riscado, ferro que se cruza
No meio da rua, na encruzilhada
Corre gira pra jurema! Bambeio da zona oeste
A cerveja não serena na roda de seu sete
No 'santíssimo' gongá, bate à porta, legião
Para ouvir os seus conselhos ou sarar o coração
Laroyê! Laroyê!
Quem bebe pra melhorar?
Quem dorme no alvorecer?
Deixa o 'ôme' trabalhar!
Sete velas, sete linhas... Santo Antônio no altar
Ê saracura! Quem vem nos ajudar?
(É saracura! Doutor do meu lugar)
Quatro coroas, um copo na mesa
Capa, veludo... A cartola é o chapéu!
O rubro-negro na vela acesa
Da madrugada o maior menestrel
Então, a fé do meu subúrbio carioca
Nas telas do país sobrou galhofa
Prepara o marafo em ritual
A alegria vai baixar no carnaval
Dois dedos no pé do moço
Na porta de um trovador
Água de benzer... Beber! Falar de amor!
Exu me guarda na viola e no tambor