Paticumbum, o Império Serrano que vem na avenida
É realeza, é majestade, com vaidade, é luz divina
Encontro essa glória nos versos do poeta
Na feira, no morro, na voz do camelô
A bateria no compasso deste samba magistral
Prugurundum, beto sem braço coroou
Fumaça toda a sala, pra vencer todo quebranto
Há festa no terreiro, na casa de mãe baiana
Avante, imperiano, isso não é brincadeira
Só nos resta a vida inteira
Defender o nosso manto
Brilhou uma Lua de esperança
É sofrida a sua dança pela janela do trem
E lá na alvorada um choro ecoou
Da lavadeira, pedindo a Deus pra sonhar
A sua bravura é doçura na favela
Pra gente bamba, chão de terra é passarela
De rei trabalhar não mais na casa grande
Agora na escola onde beto foi gigante
Chegando à estação Madureira
Miséria sumiu na poeira
E aquele surdão de primeira cai bem em
Com mestre fuleiro, com mano
E com permissão do malandro
Axé que lá vem meu império serrano