declamado:
(“Aquele bonito circo que viajou em todo lugar
De São Paulo a Mato Grosso, de Goiás ao Paraná
Cortando Minas Gerais no mais distante arraia
Teve seu triste fim do jeito que eu vou contá”)
Depois de fazer a estréia num recanto do sertão
No agrado da platéia, bonita foi a função
Os artistas agradeceram ao povo de coração
E foram dormir contentes por já terem ganho o pão
Quando foi em alta noite clareou-se o picadeiro
Pegou fogo na bancada com a chama de um candieiro
Os artistas da barraca fugiram no desespero
Enquanto o fogo rugia devorando o circo inteiro
Aqueles pobres artistas corriam de léu em léu
Os estalos da fogueira acordava o povaréu
Nuvens negras de fumaça que formavam um grande véu
A três léguas de distância se avermelhou todo o céu
Quando o dia clareou na armação consumida
Restava carvão e cinzas sobre a terra enegrecida
E aqueles pobres artistas na miséria, sem guarida
Choraram seu triste drama no picadeiro da vida
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)