Tenho meu ranchinho véio lá na beira do caminho
Todo cercado de mato, esburacado, coitadinho
É uma jóia, uma lembrança, uma dor da ingratidão
Palavras que pra mim dói e me corta o coração
Meu ranchinho testemunha, abandono e sofrimento
A falta de uma promessa de quem fez um juramento
Da muié que eu gostava recebi desolação
Já morreu minha esperança e a vida do sertão
Quando ela foi-se embora, adeus veio me dizer
Palavras que pra mim dói e jamais posso esquecer
Eu lhe disse com ternura, com amor e com carinho
Estas últimas palavras lá na curva do caminho
declamado:
(“E agora que vancê vai se embora
Peça a Deus pra chover
- Chover pra quê? – me disse ela
- Pra apagar seu rastro pra mim não vê
Porque se eu vê eu sinto sôdade de vancê”)
E agora quando chove lá na terra do caminho
Eu inda pareço ver o sinal dos seus pezinho
E como as águas vão caindo o ranchinho sem amor
Vai descendo do meu rosto minhas lágrimas de dor
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)