Ai, quando eu era carrero
Eu fui um cabra luxoso
Tinha dezoito boi preto ai, ai
No cabeçáio o Barroso
Adeus morena
Quando entrava na cidade
Meu carro entrava cantando
As mocinhas na janela ai, ai
Entravam pra dentro chorando
Adeus morena
Meu carro cantava triste
Que nem a perdiz no campo
E até meu coração ai, ai
Se desmanchava em pranto
Adeus morena
Meus boizinho ensinado
De cor preto aveludado
Vive na recordação ai, ai
Dos carrero apaixonado
Adeus morena
Distante da mocidade
Daquele tempinho bão
Aqui sofre este carrero ai, ai
De sôdade e de paixão
Adeus morena
Recordando as estrada
Do meu querido sertão
A saudade no meu peito ai, ai
Cresce na imaginação
Adeus morena
Tinha um ranchinho triste
No barranco da estrada
Tenho a recordação ai, ai
Da mais linda namorada
Adeus morena
Naquele campo formoso
Quando meu carro cantava
As plantinhas do caminho ai, ai
Parecia que chorava
Adeus morena
Meu carro não canta mais
Por este chão brasilero
Na costa deste carrero ai, ai
Já tem noventa janero
Adeus morena
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)