Numa casinha bem distante do arraial
Era um casal que há muitos anos vivia
Casado há tempo tinha um filho somente
Obediente, o que mandava ele fazia
Sua mãezinha só vivia trabalhando
Sempre ajudando a ganhar o pão de cada dia
Mas o seu pai, um canalha mascarado
Embriagado e na mulher sempre batia
Um certo dia esperar já era tarde
Lá da cidade foi chegando o beberrão
Para o filhinho nem um presente sequer
A pra mulher trazia a faca na mão
O inocente ouvindo aquele grito alto
Entrou no quarto e pôs o joelho no chão
Talvez pensando em ver a mãezinha morta
Com as mãos postas fez a sua oração
(“Meu santo Deus poderoso, Vós que tendes grande poder
Mamãe é tão boazinha e não merece morrer
Depois papai será preso e qual será o meu fim?
Ao invés de matar mamãe, mande então matar à mim”)
Estas palavras pronunciadas com amor
Nosso Senhor não faltou com a providência
Por um milagre o homem voltou a calma
Sentiu na alma a doer a consciência
E abraçando a mulher e seu filhinho
Rezou baixinho e pra Deus pediu perdão
Daquele dia ninguém mais o viu bebendo
Estão vivendo na mais completa união
(“Obrigado Papai do céu por ter ouvida minha prece”)
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)