Meu amor, não vale a pena
Teres dó do meu coração
E fingires falsa ternura
Quando a sorte nos condena
Ao amor da solidão
Atraiçoá-lo é loucura
Solidão é toda a gente
É cada olhar, cada rosto
Que mora onde a gente mora
Viver a vida de frente
Achar prazer no desgosto
Chorar ao pé de quem chora
É cada pobre que pede
É guitarra abandonada
À espera de melodias
É cada boca com sede
É tudo dentro do nada
Que preenche os nossos dias
Não te ter e sempre ter-te
Julgar que ainda te tenho
Sabendo que te perdi
É ganhar-te no perder-te
Ter perdido o que mantenho
Ter-te sem esperar por ti