Cadê a neve do sertão
O bicudo comeu não volta mais
E a dona do meu coração
Bateu asas voou, pra nunca mais
Do céu só me resta o brilho
E um fio de esperança
Que de um velho pé de milho
Retirei quando criança
Pra fazer vaquejada do meu jeito
Pra viver minha sina do vaqueiro
Puxar rabo de gado o ano inteiro
E arrancar toda mágoa do meu peito
Se eu fosse um presidente
Que governasse a nação
Enchia todo o nordeste
Com água da irrigação
E veria muito em breve
Desabrochar num tom leve
Toda neve do sertão, êô
Os cafundó, de Bodocó, de Bodocó, de Bodocó
Os cafundó, de Bodocó, de Bodocó, de Bodocó
Os cafundó, de Bodocó, de Bodocó, de Bodocó
Os cafundó, de Bodocó, de Bodocó, de Bodocó
Coroné Antônio Bento
No dia do casamento da sua fia Juliana
Ele não quis sanfoneiro
Foi pro Rio de Janeiro
Convidou Benedito pra tocar
Ô lé lé, ô lá lá
Nesse dia Bodocó, faltou pouco pra virar
Todo mundo que mora por ali
Esse dia não pode arresiste
Quando ouvia o toque do piano
Rebolava e saia requebrando
Inté Zé Macacheira que era o noivo
Dançou a noite inteira sem parar
É costume de todos que casam
Fica doido pra festa se acabar
Ô lé lé, ô lá lá
Esse dia Bodocó, faltou pouco pra virar
Êáô, êrre tcha
Nesse dia Bodocó faltou pouco pra virar