Fui prá São Paulo prá buscar meio de vida
E minha flôr de margarida deixei pro lado de lá
Peguei a estrada vim prá terra da garoa
Tô sozinho, tô à toa nesse grande caminhar
Eita formigueiro grande
Eita tempo horrível prá danar
A diferença é que elas não carregam folhas
E também vivem sem escolhas no seu próprio habitat
E tem um tal de teco, teco de sapato
bem diferente do mato
Onde eu antes caminhava
Minha "apragata" presa pela rabichola
Minha companheira sacola
E o cipó de cana brava
E um prédio de uns 100 metros de altura
Vixe que me dá tontura se me atrevo a olhar pro alto
Já caio na tontura lembrando a baraúna
Lá do pé do alto
Eu vou dar baixa na carteira de trabalho
Vou seguir meu intinerário
E vou voltar pro meu torrão
Vou ao Nordeste reviver meu aconchego
E com o seguro-desemprego
Vou comprar um violão
Ai..ai...ai...
Lá no meu canto é que eu me sinto bem feliz
Saco o dinheiro do PIS
E compro um par de alianças
E vou juntinho com minha flôr de margarida
Recomeçar nova vida
Nesse mundo de andança
E se a grana acabar
Eu vou ficar na mão
Vender meu violão
Meu toca-fitas novo
Dizer adeus ao povo desse meu torrão
Pegar um caminhão
E ir prá sampa de novo!...