E lá vou eu
Cortando estradas
Carregando toneladas
De saudades no meu peito
E sobre as rodas do meu caminhão
O ganha pão de cada dia
O progresso e a harmonia, desse meu país
E lá vou eu
Vendo o passado
Mastigado, relembrado
Nas retinas do retrovisor
E o para brisas
Feito tela de cinema
Mostra um filme que ainda não passou
Cada chegada, cada ponto de parada
Cada estrada esburacada, cada recomeço
Cada canção, cada lugar, cada despedida
Tem seu preço
Cada estação aonde eu chegar
Há de ser também meu endereço
É pó, é poeira, é estrada
É estrada, poeira e pó
No eixo carga pesada
No peito um arrocho só
E o coração na banguela
Com saudades de um xodó