(Flávio Murrah - poema de Jean Rimbaud traduzido por Ledo Ivo)
venha, venha, venha
venha o tempo
que nos enamora
de pacientar tanto, tanto
para sempre esqueço
temores e dores
aos céus já se foram
e a sede malsã
me obscurece as veias
venha, venha o tempo
venha, venha o tempo
que nos enamora
e faz que nos
enamora e faz
assim a campina
entregue ao olvido
extensa e florida
de incenso e de joios
ao zumbir sinistro
das moscas, moscas imundas
das moscas, moscas
moscas, moscas imundas
venha o tempo
venha, venha o tempo
que nos enamora
nos enamora
venha o tempo