(Flávio Murrah)
Existe um lar que se descobre um mundo
Envolve o risco de quem vê o fundo
Não é azul, não é azul, sincero
Só em meu canto
Por trás do globo que reflete o poço
Jogo a moeda que lhe pede o troco
Recolho a mão que num momento erra
Só por um sonho
Tivestes naquela chuva
Que não deitou
A rua em seu joelho
E acalentou
O pranto que brota intenso
Daquele asfalto e colheis
Um grão risonho e pleno
Não o joio em que regas
A lei, a lei, a lei
Não o joio em que regas
A lei, a lei, a lei
Não o joio em que regas
A lei, a lei, a lei
Não o joio em que...
Em quanto tempo se constrói um mundo
Sem cicatrizes que preservam o impuro
Devolve em cor, devolve em cor, me entregue
Só o encanto
Que seja a face, não se esgote o rumo
A comunhão em que se veste o culto
A solidão é uma paixão por si
Dorme em meu canto
Esquece aquela culpa
Que se lamentou
Da curra pelo conceito
De estar e se pôr
Nas avenidas retas
Desgovernado irei
Qual, qual a palavra certa?
Será aquela que atropela
A lei, a lei, a lei
Aquela que atropela
A lei, a lei, a lei
Aquela que atropela
A lei, a lei, a lei
Aquela que...
Atropela a lei...