Venho vindo de uma terra
Que o bezerro mata o touro
O ovo destrói o galo
E a prata destrói o ouro
Venho de um lugar alegre
Sem tristeza e sem choro
O filho respeita o pai
E faz do lar o tesouro
Terra que o homem trabalha
E o patrão não tira o couro
Eu transformo em graveto
Ponta de espada de aço
Estou na linha de fogo
Defendendo o meu espaço
Na hora que eu vou pra escola
Brinquedo da guerra eu faço
É no caminho da bala
O lugar aonde eu passo
Enquanto Deus me der vida
Tem viola no pedaço
Bebo água na peneira
E carrego no jacá
Aonde eu cheguei andando
Quem correu não vai chegá
Nem correr cinqüenta anos
Não consegue me alcançá
Eu venho vindo de longe
Muito bem acompanhado
O meu protetor é forte
Azulão do reino encantado
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)