Amar um amor ausente
Como se a dor fosse gente
Num coração que fingiu
Bater, como se parasse
Porque se viu face a face
Com tudo o que já sentiu
O tempo passa depressa
Mas quando um amor começa
Baixinho, dentro de mim
Torna-se dor num segundo
Se nem mesmo o fim do mundo
Pode vir a dar-lhe um fim
A paixão que chega tarde
Labareda que só arde
Quando a chama da saudade
Lembra o fogo do inferno
Porque ao saber que é eterno
Recusa a eternidade
Se me bate o coração
É como se a solidão
Batesse à porta de entrada
Não abro, não vou abrir
A alma está a fingir
Que ao amar não sente nada