Eu me criei na campanha, saltando ao cantar do galo
Enfrenando os cavalos com cornilho amarelado
Metendo o buçal na cara de um ventena que não forma
É bem assim, dessa forma, a lida do meu estado
Quando sento minhas garras, firmezito sobre o lombo
Não tenho medo do tombo, pois trago a gana charrua
Só alço a perna ao me estribar sobre o basto
Pra me jogar sobre o pasto, só que me arrebente as pua'
Ao trote, mascado o freio, bombeando a tala do mango
Feito um compasso de tango no tilintar da barbela
Um assovio extraviado, oriundo aqui da fronteira
Mostrando que minha bandeira é a pampa verde e amarela
Fui criado desse jeito, bem ali, a campo fora
Gastando o fio das esporas no couro dos aporreados
Costumes que identificam a lida que me acompanha
Pros encargos da campanha, trago os aperos sovados
Sou mescla de fronteiriço, ao trote largo, apeio
Da sina xucra do arreio, descanso a vida no pasto
Simples xirú, trago a vivência comigo
E, à noite, cheirando abrigo, venho curtido dos basto'
Ao trote, mascado o freio, bombeando a tala do mango
Feito um compasso de tango no tilintar da barbela
Um assovio extraviado, oriundo aqui da fronteira
Mostrando que minha bandeira é a pampa verde e amarela
Ao trote, mascado o freio, bombeando a tala do mango
Feito um compasso de tango no tilintar da barbela
Um assovio extraviado, oriundo aqui da fronteira
Mostrando que minha bandeira é a pampa verde e amarela