Fronteiros
Letra: Bruno Leão
Música : Mario Barros
Arepeí-grande, terra de Castela...
Jaqueta azul, botas de garrão.
Borges do Canto campeia gado chimarrão.
Blandengues de permeio...
Do lado de cá do Passo da Cruz
Num podreiro entrerriano,
Escondido na planura do Pampa,
Fronteiros churrasqueiam
Ao som da guitarra
No compasso de Mazurca
Ao lamento chorado de china de pouca voz
De repente!
Um mestiço Jaró
Caboclo potreador,
caçador de gado,
um clarim!
Lança um desafio...
É Domingo.
Tudo é jogo!
A cancha é
De porteira a porteira do potreiro,
Na porteira de cara pro Sul,
Potros redomões “se alinham”...
Para o enfrentamento campeiro:
Um Zaino folheiro, estrela na testa;
Um Douradilho frente aberta
E do lado que nasce o sol
Um Tordilho cosquilhoso, lindo.
Montado pelo Índio
Se acerca no Partidor...
Aos gritos de “se vieram”...
Grudam-se aos cascos da baguala carreira
Quebrando o silêncio da tarde quase dormida
O Tordilho se desgarra...
É cola com cola
Pata com pata
Cruz com cruz
Orelha a orelha
Focinho a focinho
E cruzam a porteira do Norte.
Empataram?!
Não!
De lança no ar – O matreiro julgador:
”Ganhou” o Douradilho de língua.
Aqueles tauras adentram a noite, no ofício peleando
Parece que se divertem para novas conquistas...
By Mauricio TchêdaTorre