Vento parado
Não sustenta o pássaro
Nem tira o galho pra dançar
Não olha pra folha nem leva notícia
Não circula na sala, nem carrega a fala pro ouvido
Vento sem vela que a noite singela repete o arpejo
É nuvem de vidro daquela janela que vejo
Sem ter quem a leve, desenha sem tinta na areia
Depressa, uma breve fogueira a queimar e queimar
Ar rarefeito de um jeito sem jeito que nada respira
Congela em resina, que nem fosse pedra e declina
Estátua de praça no embaço da fotografia
Seria o que não mas seria no avesso do olhar