Caboclo nato do vale
Mestiço moço de gosto
Sinhá morena que fale
Beleza bela no rosto
Não conhecia sapatos
Nem se enforcou em gravatas
Mas tinha nos pés de chinelo
Léguas de passos das matas
Quando ouvia lá de longe
Na mata adentro a soprar
Do vento uma melodia
Corda, assobios, tambores e palmas
Pulsou a veia, correu no sangue
Bateu no peito a zabumba do mangue
Corre o caboclo pro baião do morro
Folia e foguete na e nos fôrro
? Girandas? emanam fogos
Que se espalham pelo ar
Nesse fole de sanfona
? Tota? toca fazendo chorar
Nessa estrada que o batuque incendeia
Sou neto de sanfoneiro
Tenho o baião nas veias
Minha sina me fez violeiro