Não, não chegarei mais perto
Meu coração há muito deserto
Foi tomado, num olhar instantâneo
Por um desejo sôfrego e nada momentâneo
A tua imagem de maduro cigano
Penetrou-me as retinas
E desde então um querer insano
Me corrompe e corrompe minhas rotinas
Quero... Mas não devo ouvir a sua voz
Que me ecoa peito adentro
Produzindo no meu ser um querer feroz
De calar-te num beijo intenso e lento
Olho-te com devoção
Amo-te no escuro e no silêncio
Canto teu nome na imensidão
E ao lembrar-me e ti, tudo o mais se desvanece
Ouço, apenas, a tua voz a me levar
Para longe da multidão
Apenas tu permaneces
Na doce loucura que me é cara
És meu, somente meu e não o sabes
(és minha, somente minha e não o sabes)