Não quero que o teu amor
seja um direito adquirido
e muito menos um dever
pela razão imposto (...)
nem que seja o resultado lógico
de uma equação química
ou a conjugação perfeita
de um verbo do futuro (...)
pois se for um direito
está condenado à morte
e se for um dever
a (cons) ciência é o seu destino
pois se for lógico
será um produto previsível
e se for perfeito
jamais estará no presente!
Então, que faça arder o coração de tão intenso
como um fogo que queime, assim, sem destruí-lo (...)
que faça o choro, quando a dor for evidente
que, diante da incrível alegria, faça o riso (...)
que torne a insuportável dor resistível
e o riso, certo, e espontâneo
mais do que provável (mente)
e o (im) possível sofrimento em fato superável!
Que faça o esquecível o ontem, e o amanhã acontecer hoje
"inesperante" (...) e o esperado tornar-se uma anônima surpresa
e o absurdo, óbvio - e (im) provável (e vice-versa!)
e o óbito, vida - vivo (...) , vivente (e etcetera!)
Que mais do que transformar um sonho em realidade
a ilusão sepulte no Cemitério do Tempo (...)
e faça a realidade tornar-se um eterno sonho
do verdadeiro amor começo (...) , fim (...) , desafio!