Em cada rua um trânsito
um destino
em cada esquina um semáforo
uma decisão
em cada calçada uma pedra
uma promessa
em cada vitrine um sonho
uma ilusão
em cada porta um autômato
um superego
(ou um pseudo-eu?)
em cada balcão um preço
um imposto
Quanto custa um desejo?
Um débito-à-vista
ou uma dívida-à-prestação?
Quanto vale a liberdade?
Todo o meu trabalho?
Quanto vale o meu trabalho?
O todo-supérfluo
ou o tudo-essencial?
O incôngruo-alienante
ou o centrípeto-consciente?
A centrifugista-vaidade
ou o realismo-convergente?
O excêntrico-ilusionista
ou o básico-necessarismo?
Quanto custa o meu trabalho?
Toda a minha vida?
Toda uma vida?
Toda a vida?
Quanto vale a minha vida?
Um mês de salário?
Quantos anos?
Quantos bens?
Quanto dinheiro?
Todo o meu suor?
Toda a minha carne?
Todo o meu sangue?
Quanto custa a minha vida?
Quanto custa uma vida?
Quanto custa a vida?
Toda a existência