Zé, nada muda nessa terra
Continuam as promessas
Pátria mãe da ignorância
Zé, nessa cruz que tu carregas
Pesa a fé do opressor
Fardo da intolerância
Oyá por nós Santa Senhora
Pois somos órfãos do saber
Porcina o povo pede esmola
Enquanto surrupiam no poder
Mas ressuscita a esperança
Um novo Roque pra lutar
Perdidos a gente não sabe
Em quem acreditar
Eu vi o poder cegar a razão
Ouvi a vingança implorar o perdão
Aonde há ganância a maldade sobra
Um dia a justiça divina cobra
Mas ergue-se imponente a ambição
E a natureza implora
E nessa selva o povo perde o sono
É muita terra pra pouco dono
O tempo passa e continua o abandono
Mas há de voltar o Rei
Pra erguer mais alto
A nossa bandeira
Unidos a malandros e cabrochas
Com as feridas expostas
Vão sambar a noite inteira
Oh! Meu Brasil
Escute a voz da nossa gente bamba
Vila vintém!
Aqui se aprende a amar o samba
Em dias, a inspiração
Mistérios na cena fatal
Realidade ou ilusão?
Carnaval!
Padre Miguel a vida imita a arte
Ganhar ou perder faz parte
O pranto de outrora regou a raiz
Teu povo espera um final feliz