Na penumbra do passado
A retaliação tecida nas leis de talião
Na leveza da pluma de Maat
É o peso que ajusta a igualdade
Dos códigos erguidos em pilares
Normatiza pelas mãos de Hamurabi
A verdade transcende a filosofia
Descreve os mandamentos aos hebreus
É Maomé na fé, no caminho claro que seguia
Nas páginas do alcorão, eis o juízo de Deus
O bárbaro faz jus a decisão tribal
E os senhores feudais julgam prejudicial
Êêê kabecilê xangô
É meu pai, opanixé kaô
O machado justiceiro que faz trovejar
Equilíbrio da noite a clarear
A equidade balança no alujá
Se revela a luz dos salões
Revoluciona e inspira gerações
Livres, fraternas, iguais
Basta! Tirania nunca mais!
Entre artigos e incisos
Direitos e deveres deferidos
O poder da democracia vem dizer
Que ser diferente
Não te faz um diferente ser
A hipocrisia veste a toga
Da cegueira social
A revelia subjuga o racista estrutural
É Tatuapé de espada empunhada
Erguendo a justiça tão injustiçada
Que tarda, mas não falha
Pode levar fé
Canta zona leste! Sou Tatuapé!