Há quato tempo o abandono
Anda rondando a querência
Deixando rastros de ausência
E o pago inteiro sem sono
Em cada rancho tapera
Na solidão da campanha
Vem a tristeza e se entranha
Rangendo porta e janela
Este silêncio de poço
Que já não serve pra sede
Mal sustentando as paredes
Secou meus sonhos de moço
Na pampa quase deserta
Onde o futuro amedronta
Resta, ao final das contas
Somente uma estrada certa
Aquela que a mente humana
Por egoísmo e ganância
Perdeu o rumo e a distância
Ea própria sorte profana.