Pingo de cacho quebrado, chapéu tapeado na fronte,
Anseios de tres ontonte de enchergar minha trigueira..
Poncho carnal colorado emalando sonhos e mágoas,
Escorando as desaguas da velha sina changueira..
Peonando nessas campinas da minha pampa dobrada,
Reculutando madrugadas pra o potreiro das auroras,
Com o pensamentos no rancho lembrando da prenda amada..
A saudade vem atada nos cabrestilhos da espora..
Ando chuleando uma folga pra ir ver o meu regalo..
No contraponto dos galos vou sair lá da estância,
Chegarei em algum bolicho para povoar meus peçuelos,
Um coração de sinuelo ponteando um lote de ânsias..
Quando chegar no povoado saco o sombreiro da testa,
Armo um sorriso de festa contemplando o céu divino,
Por deus ter me dado forças para vencer a jornada,
Lonqueando o couro da estrada palpilhando meu destino..
Enquanto não finda o mês eu vou cevando este sonho,
Com estes meus olhos tristonhos chorando mágoas por dentro..
Um dia ergo morada pra minha china e o piazito,
No fundo de algum campito que de meu próprio sustento..
Meu mouro está delgaçado, esperando a permissão,
A licença do patrão, pois um peão não se governa..
São leis que regem o campo, que diferem da cidade,
Engordando as ansiedades que a vida rural inverna.