O vento folheia o livro enquanto vai
De volta o peregrino à casa do pai
À sombra de um cipreste
Véu de seda sobre a face
No alforje, um pergaminho conta a sua história
Para que a sua história não passe
O mesmo chão, o mesmo céu
A hora mesma, a mesma dor
A mesma luz na escuridão
Na multidão, um só andor
O mundo inteiro repartido, reunido em oração
A mesma mão, o mesmo irmão
O mesmo Deus e suas faces
O homem mesmo, o mesmo impasse
É tanto amor, é tanta vida
A morte santa ressuscita
O mundo inteiro repartido reunido em oração
A mesma mão, o mesmo irmão
Os sinos dobram, dobram os sinos
Em memória ao peregrino que desaparece
Mas, no sorriso da menina e do menino
A esperança resplandece
Mas, no sorriso do menino e da menina
O peregrino da esperança permanece
O vento folheia o livro enquanto vai
De volta o peregrino à casa do pai