Na tevê da sala
O Congresso fala
Em polidez
Em polidez nas acusações
No olho da rua
A minha alma nua
Sofre a estupidez
A estupidez das escoriações
Uma nação vadia
Ensaia o mimo a fantasia
De sua auto-retratação
Mas o retratista posto da calçada
Registra a barra pesada
De uma cidade sem lei
Nas delegacias confrarias várias
Sempre refratárias às regras em busca de exceção
Confabulam entre si histórias
Verdadeiras fábulas
Tão fabulosas são
Escabrosas quão
Tenebrosas tão
E o povo pelas filas
Feito amarra-cachorro
Desmonta e monta o circo sem consolo
Bebendo o vinho da ilusão
Olhando assim de perto
Pra esse país dar certo
Carece que o esperto
Ame ao fraco seu irmão
Mas o cinegrafista
À linha do horizonte
Avista o desmonte do Monte Belo da ilusão
De modo que a esperança
Espera e não alcança
Nessa dança
Qualquer reparação
De modo que a esperança
Desespera e não alcança
Nessa dança
Qualquer retratação