No quintal da minha vida
tem lembramças tão bonitas
Um terreiro arborizado
de saudade e solidão
Mangueirinhas construidas
nos tempos de menina
De enfrentar taco de osso
de uma tropa de ilusão
Boi malhado, boi brasino
meus snueiros preferidos
Meus gritos de eira, eira
imitando o velho pai
O meu rosto iluminava
quando a saudade apertava
do velho que campeirava
nas fronteiras do Uruguai
Que triste sina
de um peão campeiro
Que virou povoeiro
e não se encontra mais
No meu quintal
eu volto a ser criança
Relembrando a infância
que ficou pra trás
No baú dessas lembramças
encontrei fotos antigas
Mamãe e papai casando
na igrejinha do lugar
O quintal todo verdinho
outra foto me mostrava
Num canto dele eu brincava
que vontade de chorar
Meu quintal ficou de herança
quando os meus velhos partiram
O rancho que construiram
nem sinal dele ficou
As vezes deixo a cidade
e vou pra lá, matar saudade
Chorar a felicidade
que o destino me roubou