Dá gosto ver no meu pago
Os fandangos de galpão
A indiada toda reunida
Debaixo de um ramadão
De vez em quando um xirú
Guascanha um vaneirão
Num resmungo pacholento
De uma gaita de botão
Abre seu peito de aço
Ó velho taita cantador
Cantando coisas do pago
Da sua querência flor
E as coisas do meu rincão
No mais belo esplendor
Pra cantar o meu Rio Grande
Trouxe um destino cantor
Nem mesmo o tempo consegue
Me embretar noutro caminho
Conservo a essência do pago
No dedilhar do meu pinho
Este meu chão colorado
Que de amor é o meu ninho
É um pedaço de mim mesmo
Que conservo com carinho