sinto saudade lá dos pagos do rio grande
e por onde quer que eu ande sinto o peito machucado
vivo distante neste meu andar gaudério
quando canta o quero-quero por certo tem me chamado
trago comigo a tradição galponeira
minha sina cancioneira é que me faz viver assim
qualquer caminho que chego to de passagem
levando minha mensagem por este mundo sem fim
quem canta espanta qualquer tristeza
mas alegria no meu rosto é aparência
aonde chego tenho a certeza
que o meu coração ficou lá na querência
nunca me queixo da vida que levo agora
sei que o mundo me adora pelas cantigas que fiz
ser cancioneiro para mim é compromisso
são os ossos do ofício alegrar o meu país
desde a fronteira com meu destino cigano
nasci pra viver cantando é a herança que eu trago
maior riqueza que esta eu não conheço
em cada verso ofereço um pedaço do meu pago