Quem me dera voltar aos verdes anos
Ser como o malmequer, simples criança
Não ter do teu amor, os desenganos
Nem sofrer dos teus beijos, a lembrança
Haver sempre em meu peito, a primavera
Dum garoto estouvado e libertino
Não conhecer saudades, quem me dera
Pois já tive um calvário em pequenino
Calvário muito meu onde brinquei
E construí castelos de desejo
Calvário onde te vi, onde te amei
Á sombra do calvário dos teus beijos
Se o meu cantar é triste, são só lamentos
Anseios dum sonho vivo de menino
Os anos, são lembranças, são tormentos
Desfeitos no calvário do destino