Eu não sei se vocês, se lembram dele
Chamavam-lhe o Justino, da Tipóia
Era o maior amigo, o mais fiel
Do fado, da boemia, e da ramboia
Tinha orgulho nas cartas, na jaleca
No boné à fadista, e lenço à faia
Fazia praça ali, na Horta Seca
E morava na rua, da Atalaia
Sabia a vida íntima, amorosa
Dos faias, bailarinas, fidalguia
Mas numa directriz, imperiosa
Não contava a ninguém, o que sabia
Morreu pobre Justino, a quem o fado
Deve laivos de vida, e de fulgor
As rédeas deu-as ele, ao Zé Corado
E as guizeiras ao Bento Alquilador