Aqui, em cada fado, há uma flor
No canteiro da alma de quem canta
Aqui, cada guitarra embala a dôr
Quando á noite, a saudade se levanta
Aqui, cada poema é gota de água
Que ás vezes, mata a sede á solidão
Aqui, cada cigarro engana a mágoa
E perfuma, a tristeza de ilusão
Aqui, toda a distãncia do passado
Senta-se á minha mesa de mansinho
Aqui, as minhas veias bebem fado
Que nasce, em cada canjirão de vinho
Aqui, sinto a coragem de ser eu
Ao rir do meu passado fatalista
Cantando com a voz que Deus me deu
Aqui, de corpo e alma, sou fadista