Recordo e tenho tristeza tudo que o pai me contava
Da história de um casár que na cidade morava
Depois de um ano casado primeiro filho esperava
Queria que fosse home, mulher ele detestava
Jurou se fosse muié as mãozinhas ele cortava
Chegou o dia esperado que a mãe tão triste aguardava
Internada num hospital a triste hora chegava
Quando nasceu a criança a aflita mãe perguntava
Se era home ou muié, a enfermeira informava
Que era uma linda menina, pensando que lhe agradava
Ouvindo aquelas palavra a pobre mulher desmaiava
Só quando vortou em si que à doutora explicava
Meu marido é uma fera, nem em Deus acreditava
O que dizia fazê, rastro atrás não vortava
Prometeu se fosse muié as mãozinhas ele tirava
Meu Deus, quanta ignorância o doutor lhe exclamava
Lhe afirmo com segurança, não vai cumpri o que falava
Mandaram chamá o marido que ali por perto esperava
Quando ele viu a criança de remorso até chorava
Já nasceu sem as mãozinhas, exemplo que Deus mandava
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)