(“No norte do Paraná me cortou o coração
Um pobre empreiteiro que ali foi ganhar o pão
Vinte mil pés de café ele plantou neste chão
Esperando nesta safra melhorar de situação”)
Lutando de sol a sol seu Chico estava animado
Falava pra filharada, podem ficar sossegado
Este café é o suor que seu pai tem derramado
Vamos tirá o pé do lodo porque Deus tem me ajudado
Do pé de café mais alto um raminho ele colheu
E olhando para o céu pra Virgem ofereceu
O coitado não sabia do triste destino seu
Não há nada que atalhe aquilo que vem por Deus
Numa triste madrugada houve choro e lamento
Cinco ano de trabalho, de luta e de sofrimento
A geada queimou tudo o seu único sustento
Seu Chico desesperado enlouqueceu no momento
Seu Chico daquele jeito poucos dias agüentou
A família sem recurso chorava mágoa de dor
Na soleira do ranchinho triste lembrança ficou
O raminho de café que a geada não queimou
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)